Criar o que gosta ou criar o que vende?

Olá amantes da raça American Bully, vamos abordar hoje o seguinte tema: 

Criar o que gosta ou criar o que vende?

Para começar a falar deste tema temos que voltar lá atrás, quando a raça foi criada, para entendermos melhor em um breve resumo.

A raça American Bully surgiu nos Estados Unidos no final da década de 1980. Iniciou-se por criadores que apreciavam as características extremas, deste momento em diante os criadores começaram a selecionar os cães mais pesados e compactos, dando também muito valor para a espessura das patas, largura de peito e tamanho da cabeça, quanto mais largo e mais compacto, melhor. 

Conforme os anos foram passando e a raça foi criada e reconhecida por uma entidade, surgiram alguns tipos de classificação como os Standard, Classic e XL, padronizando a raça inicialmente. 

Cães como o Remmy Martin e alguns outros foram literalmente exemplares da raça, servindo como modelos para o restante da raça durante muitos anos.

Com a chegada de alguns ícones como o Kurupt, cão mais extremado, peitoral largo e cabeça pesada, classificação como a Standard teve que ser sub-dividida para suportar a padronização dele, surgindo então a classificação Xtreme. Nota-se que os padrões foram se adaptando às tendências que estavam surgindo.

Como a intenção inicial era de produzir cães pesados, curtos e compactos, a tendência foi diminuir, e com a chegada dos Gottiline´s usando cadelas como a Moo Moo foram rebaixando mais ainda, destoando um pouco de alguns exemplares e ícones da raça, então os padrões novamente foram modificados para a chegada da classificação Pocket, que seria cães de Bolso , para fácil transporte, com uma medida média de até 16 polegadas. 

Seguindo isso, vimos que a algum tempo que admiradores da raça American Bully estão procurando cães mais baixos e mais curtos, creio eu que seja devido a falta de espaço necessário para criar um cão de maior porte além de gosto pessoal. 

Com isso alguns criadores gringos, começaram a diminuir os cães do seu plantel mais ainda, logicamente por essa tendência Pocket , impulsionando mais ainda essa classificação no Brasil. A pouco tempo, a entidade que introduziu o American Bully como sendo uma raça teve que rever os padrões de classificação de altura, colocando a classificação Pocket com um limite mínimo, que na minha opinião devido essa nova tendência que tomou conta do mercado, ao número de cães com esse perfil em seus eventos e também para tentar "brekar" um pouco a chegada avassaladora dos exotics colocando tudo que foi imposto inicialmente por ralo abaixo. Apesar dos Pockets serem a menor categoria da raça nos padrões revistos da entidade, criadores estão ultrapassando esse limite mínimo e fora dos bastidores já se fala até em micro e assim por diante, ignorando totalmente os padrões para competições. O que na verdade era um padrão virou uma competição de quem produz cães mais exoticos e menores, chegamos num ponto onde cães são expostos ao lado de latas de refrigerante em fotos para comparação de altura em redes sociais. 

Assim cães de categoria maior como os XL quase não são vistos no mercado por falta de procura e os Standard estariam perdendo mercado também. 

Então nos perguntamos, estaria sendo extinta a classificação XL? Estaria a raça tomando rumos semelhantes quando os American Bullies surgiram e se tornaram uma outra raça?

Bem, os XL podem não ser os mais procurados, e alguns criadores continuam a insistir a criá-los por gostar e não criar só o que vende, já outros os encurtam cada vez mais, e diminuem o cão independente da correção e estrutura deles, imposta por padrões iniciais, a modo de alguns terem problemas na estrutura e problemas de saúde por conta disso. Depois da chegada do Miagi, que vejo como um marco nesta "corrida para os menores", virou uma guerra para quem reduz mais um cão. Outra coisa a ser abordada é sobre a inclusão de Bulldogs nos exotics, mas isso é tema para uma outra matéria. Acredito que num futuro bem próximo alguns exemplares da raça venham a ser os criadores de uma nova raça adotando outros padrões, assim como aconteceu com os American Bullies. 

Como um amantes da raça American Bully, gosto e aprovo cães corretos, independente da altura deles. Acredito que se deve criar o que gosta, sem fugir da tendência do mercado, uma coisa alternada com a outra, sem fugir do que se foi determinado e sem prejudicar a saúde do animal. 

Tendo em vista que essas tendências são impostas por quem compra e não por quem vende, não sacrifique seu cão por “modinhas”, e sim , siga a tendência que for sem prejudicar o seu cão.

Até breve,

Pablo Balue.