sexta-feira, 19 de setembro de 2014

FUNDAMENTOS DA HEREDITARIEDADE

Dr. Alvin Grossman

"Não existe raça de cão que se reproduza sem variações"

A disponibilidade desses registros, pra cientistas qualificados pra sua análise. É óbvio que a tarefa de acasalar e criar um grande número de animais representantes de diversas raças, os registro e a observação de seus tipos estruturais, e os tipos denunciados na progênie estão além da capacidade financeira e da capacidade de qualquer pessoa ou simples instituição.
Todavia tais registros e dados poderiam ser feitos por criadores sem maiores despesas e pouco trabalho relativamente. Os registros de um determinado criador poderiam ser enviados para uma agência central, um laboratório de pesquisas para tabulação e análise e, em contrapartida, as conclusões resultantes serem postas a disposição dos criadores.
Quais perguntas relativas a hereditariedade em cães que os cientistas poderiam responder agora? Já se podem prestar seguras informações com respeito a várias coisas tais como diferenças de cor na pelagem, olhos e pelo na maioria das raças; diferenças em comprimento, quantidade, textura e distribuição do pelo; diversos problemas da reprodução, como fertilidade, fecundidade, a produção de natimortos ou filhotes que não vingam e condições como monorquidismo; várias anormalidades e mal formações resultantes da disfunção no desenvolvimento, com lábio liporino, fenda palatina, etc; doenças tais como hemofilia e cegueira noturna; diferenças nas características de orelhas, olhos, narizes, pés e caudas; diferenças nas dimensões da perna e outras características ósseas da perna; diferenças no tamanho e forma da cabeça; e numerosas diferenças fisiológicas e psicológicas determinantes de padrões de comportamento típico.

"Condições ambientais catalizam ou suavizam tendências genéticas"

Já enfatizamos que muitas das características listadas acima são influenciadas por genes múltiplos e ou que são afetadas em vários graus por fatores ambientais. Assim, as informações disponíveis relativas a muito desses itens são incompletas, apesar de que, no que respeita a determinadas características sejam surpreendentemente vastas. Dia a dia acrescentam-se mais informações, como resultados da comunicação de pesquisas levadas a efeito por cientistas em todas as partes do mundo.

ACASALAMENTO CONSANGUÍNEO.

Muitos criadores praticam o linebreendig, fazendo incursões apenas pela periferia do inbreeding, o acasalamento com grande consangüinidade, evitando a sua utilização plena. Como meio de saber que animais portam os melhores genes, o inbreeding revela, melhor do que qualquer outro método, os recessivos, como também aumenta a proximidade genética entre progênie e seus pais e outros parentes de sorte que o pedigree de um animal, e os méritos da família á qual pertence sejam mais confiáveis como indicadores de seus próprios genes do que no caso de animais sem relacionamento consangüíneo.
É considerável uma consangüinidade para que a seleção familiar seja de fato eficiente. Como sabemos, o gene é a unidade da hereditariedade, mas o animal é a menor unidade que pode ser escolhida ou recusada para fins de criação. Criar exclusivamente a partir de um ou dois dos melhores animais disponíveis tende a fixar suas qualidades, tanto as boas quanto as más. Na realidade isso que ocorre é o inbreeding. Por outro lado, o criador cometerá ao menos uns poucos erros par determinar quais animais apresentam a melhor herança. Assim, num programa posto em prática, o criador hesitará até mesmo em usar extensivamente um bom reprodutor.
O criador está muito longe de ser uma autoridade para garantir quantos filhotes criará uma determinada cadela. Uma parte desse estoque básico, pode morrer ou vir a ser estéril, ou ser condenada por uma ampla gama de fatores, por não apresentar o número de traços que o criador gostaria que tivesse. Cadelas das quais o criador gostaria de ter um reprodutor, podem insistentemente produzir só fêmeas de qualidade por ninhadas a seguir. Conseqüentemente, alguns animais dos quais não desejava tantos filhotes, acabam por proporcionar uma progênie muito maior do que aquela proveniente dos cães que preferia.
O Plano ideal para o mais rápido desenvolvimento da raça pode apresentar diferenças com respeito ao plano de um determinado criador exatamente pó ele não querer se arriscar a uma deterioração do inbreeding. Se o objetivo for o melhoramento da raça sem pretensões a produção de cães para exposição, a história será outra. Vamos abordar detalhadamente esta faceta.
Como sabemos o inbreeding é o acasalamento de dois animais com um estreito laço de parentesco. A maioria dos criadores pratica essa modalidade de criação numa intensidade limitada, mesmo que a denominem de linebreeding "fechado". Na realidade um acasalamento de um meio irmão com meia irmã, como também de sobrinha com tio, ou sobrinho com tia, é uma forma limitada de inbreeding. Entretanto, em nossa abordagem, inbreeding será o acasalamento de irmão com irmã, pai com filha e filho com mãe. A grande maioria dos criadores consideram estas três modalidades como as reais representações do inbreeding.

"A pouca utilização do inbreeding se deve a interesses comerciais".

Não é intenção do articulista defender ou condenar a prática do inbreeding mas sim por em pratos limpos o que não se pode obter com esta prática. Por outro lado também é nossa intenção apresentar fatos conhecidos e dirimir algumas noções errôneas bastante comuns.
Seria de fato interessante poder conhecer exatamente que percentagem de inbreeding realmente ocorre em várias raças e que resultados se obtém. Falando de uma forma geral, podemos dizer com segurança que apenas um ou dois por cento dos cães que fecharam campeonato nos últimos dez anos eram produtos de inbreeding (irmão com irmã, pai com filha, filho com mãe) e talvez estejamos exagerando. Assim poder-se-ia concluir que, nesses termos, a prática que, nesses termos, a prática do inbreeding é relativamente rara.
Na criação de amimais domésticos, como no gado, galinhas, etc, bem como no cultivo de plantas, o inbreeding é considerado como a mais valiosa ferramenta par fixar um tipo desejado e purificar uma estirpe. As experiências científicas aí estão para comprovar este fato. Isso nos leva a levantar a questão por que o inbreeding não teve uma aceitação mais generalizada entre criadores de cães. Combinado o inbreeding com seleção daqueles animais mais próximos do ideal na aparência e temperamento, pode-se obter rapidamente a almejada estabilidade do plantel.

"Acasalamento de irmão com irmã produz queda na vitalidade dos filhotes"

Acasalando a progênie de pai com filha ou de filho com mãe de novo com um dos pais realiza-se o retro-cruzamento. Para ilustrar este caso, suponha que foi produzido um notável macho, e a intenção do criador seja obter outro animal com as mesmas qualidades: o macho é acasalado com sua mãe, e o criador conserva os melhores filhotes fêmeas da ninhada. Acasalando estas fêmeas com o tal macho de excelentes qualidades (retro-cruzamento) há uma boa chance de que alguns filhotes da ninhada produzida através do retro-cruzamento guarde semelhança com o tal macho excelente. Ao se efetuar o retro-cruzamento com um macho de superior qualidade, pode-se topar com alguma degeneração do inbreeding na progênie, mas isso é improvável, de acordo com o Dr Ojvind Winge em seu livro "Inheritance in Dogs".

"Os maiores efeitos do inbreeding ocorrem nas primeiras gerações".

O acasalamento de irmãos com irmãs tem maiores probabilidades de produzir degeneração de inbreeding. Os registros mostram que são muitos contraditórios os resultados comunicados por criadores que tentaram acasalar irmãos com irmãs com o intuito de fixar boas características em seu plantel. Verificar-se-á que o acasalamento de irmão com irmã tem como conseqüência um decréscimo na vitalidade e robustez dos filhotes nascidos.
Poder ocorrer que indivíduos anormais ou natimortos são segregados se genes de debilidades especiais existirem no plantel. Por outro lado, aquele que não topar com degeneração por acasalamento de extrema consangüinidade pode se considerar um felizardo. Tudo dependerá da natureza hereditária do animal envolvido. A degeneração causada pelo inbreeding é de natureza tão peculiar que pode ser totalmente abolida pelo simples acasalamento com um animal sem elo de parentesco nenhum ou de parentesco afastado. Contudo, se, se fizer presente, o criador ficará ciente de que ela existe no mosaico hereditário de seu plantel.
A maioria os estudos sobre inbreeding apresentam um consenso. O declínio do vigor, inclusive a extinção de certas estirpes, acompanha de perto o reagrupamento e fixação (similitude entre indivíduos) de genes recessivos que são, no conjunto, danosos á raça. Entretanto, juntamente com a fixação desses recessivos, há também a fixação dos pares de genes que são benéficos e desejáveis. É uma questão de sorte qual tipo de combinação de pares de genes uma família virá a ter, exceto que a seleção estará sempre atuante, extirpando combinações que não sejam adaptáveis às condições de vida. Há uma crença geral de que o inbreeding provoca o aparecimento de monstruosidades e defeitos. Provas bastantes seguras demonstram que por si mesmo o inbreeding não apresentam uma conexão específica com a produção de monstruosidades. O inbreeding parece tão somente trazer à tona características genéticas do plantel original.

UM CASO INTERESSANTE

Dentre as mais interessantes e completas investigações no acasalamento com extrema consangüinidade de animais podemos destacar uma série de experiências com cobaias iniciadas em 1906 pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Selecionaram-se trinta e cinco saudáveis e vigorosas fêmeas acasalando-as com igual número de machos selecionados pelas mesmas qualidades. Os acasalamentos eram numerados e a progênie de cada acasalamento posta em separado, e então exclusivamente irmão com irmã. Apenas os dois melhores espécimes de cada geração eram selecionados para serem usados nas sucessivas gerações.
Dois incríveis resultados foram à conseqüência desses acasalamentos de extrema consangüinidade. O primeiro, que cada família cada vez se parecia mais entre si. Enquanto isso ocorria, realizava-se uma gradual eliminação de sub-ramos. Segundo, que se constatou um declínio de vigor durante os primeiros nove anos, cobrindo cerca de doze gerações. O declínio atingiu o peso, fertilidade e vitalidade.
No decorrer dos seguintes nove anos de inbreeding, não mais se constatou, de uma forma geral, um declínio no vigor. Tal estabilidade significaria que após doze gerações as famílias haviam se tornado essencialmente uma raça pura ou seja, não mais diferentes com respeito a muitos genes. Novas mutações não eram suficientemente freqüentes para causar qualquer efeito. Não se encontrou provas da ocorrência da queda de vigor, isoladamente. O vigor de uma família, em muitos aspectos, era grandemente independente do seu vigor em outros aspectos. Como resultado do inbreeding, os membros de cada família vieram a se tornar extremamente semelhantes entre si no que diz respeito a característica, cor do pelo, cor dos olhos, e conformação corporal.
Um grupo de pesquisadores calculou os índices teóricos do aumento de similitude a cada continuação de acasalamento de irmão com irmã. Os cálculos mais confiáveis indicam que a redução na proporção de pares genéticos não semelhantes foi de aproximadamente 19,1 por cento por geração depois da primeira, na qual a redução foi de 25 por cento. Os índices são tão rápidos que após dez gerações de acasalamentos de irmão com irmã, a partir de espécimes com 50 por cento de semelhança, cerca de 94 pares de genes são iguais. Assim, o inbreeding apresenta seus maiores efeitos durante as primeiras gerações e relativamente pouco efeito além da décima ou décima segunda gerações.

O EXEMPLO NA CRIAÇÃO DE CÃES

E o que isto tudo tem a ver com a criação de cães? São óbvias as conclusões, a partir do caso abordado. O acasalamento com extrema consangüinidade, aliado à seleção, pode ser usado para fixar traços desejáveis, nos amimais pra reprodução, em pouco tempo. Os traços podem ser bons ou serem indesejáveis, dependendo inteiramente da natureza hereditária dos indivíduos. O inbreeding nada cria de novo somente intensifica o que já estava presente. Se a herança genética de um animal já apresentava traços indesejáveis, eles naturalmente se manifestarão, quando os genes recessivos se reagruparem e se fixarem. A mesma condição ocorre com os traços altamente desejáveis.

"O inbreeding nada cria de novo, apenas intensifica o que já existia".

É sabido que o termo genótipo se refere à constituição genética de um indivíduo , em contraposição com a aparência, o indivíduo que se vê, o qual é chamado fenótipo. Ao selecionar filhotes que permanecerão no plantel, os criadores tem que acreditar no fenótipo, porque não há meios de, naquele momento selecionar o genótipo, que não exibe seu mosaico genético. O inbreeding pode transformar genótipo e fenótipo num denominador comum.
Suponhamos que surgiu um animal notável, como produto do acasalamento consangüíneo. Em termos de criação, que representa? Significa que aquele animal tem uma maior chance passar suas características visíveis, do que outras características não visíveis. Cães prepotentes, machos e fêmeas, são normalmente aqueles que são puros para muitas de suas excelentes características. Uma vez que uma certa dose de inbreeding foi utilizada na maioria das raças, os indivíduos prepotentes tornaram-se puros para determinados traços mais ou menos pela sorte, já que apareceram em todas as raças como produtos de outcrossing (acasalamento de indivíduos sem laço de parentesco), bem como por acasalamento em linebreeding (com parentesco próximo apenas).
Uma vez que o linebreeding, e especialmente o linebreeding "fechado", é uma forma limitada de inbreeding, os mesmos aspectos bons e maus deste são válidos para aquele, contudo num grau muito mais atenuado. A prática do inbreeding parece estar muito limitada na criação de cães, pois parece que os criadores preferem optar por um progresso mais lento, desde que haja um menor risco no que diz respeito a degeneração.

CONCLUSÕES

É norma corrente que uma matriz de reprodução deva ser acasalada com consangüinidade afastada ou acasalada com um cão de linhagem completamente diferente. Feita a cobertura, nasce a ninhada, os filhotes são carinhosamente, observados e vão crescendo. Felizmente o acasalamento foi bem escolhido, e dentre os filhotes resultantes visualizam-se futuros excelentes cães, todos portando os bons caracteres da mãe, e evidenciando grandes progressos nos pontos onde eram desejados aperfeiçoamentos. Entretanto, e se isto na ocorrer? E se os resultados forem um total desapontamento, sem que nenhum dos filhotes evidencie algum processo nas qualidades? O criador ficará a matutar como pode isso ter acontecido, quando se programar aquele acasalamento, procurou-se levar tudo em consideração.

"O teste de progênie é a única prova válida da prepotência de um cão"

Lembra-se do conceito de dominância? O teste de progênie é de fato a única prova válida para se determinar se um cão ou cadela é de fato dominante. E aqui entra de novo em foco o acasalamento com consangüinidade (linebreeding), pois quanto mais "fechada" for a consangüinidade do cão ou da cadela, maiores serão as chances de um ou outro ser dominante, em contraposição a um cão ou cadela que não tenha uma consangüinidade dita "fechada". Ao selecionar um padreador para complementar os atributos da cadela é importante levar em séria consideração também as qualidades de seus pais. Para exemplificar , imaginemos que um padreador seja indicado para melhorar a cabeça da cadela. É claro que será escolhido um cão com belíssima cabeça, mas também será importante que seus pais tenham também uma cabeça perfeita. O padreador, assim, poderá ser considerado homozigoto para esta característica. Se o cão escolhido não tiver pais com belas cabeças, ou se apenas um dos pais tiver uma bela cabeça, o padreador é considerado heterozigoto para esta característica e serão menores as chances de conseguir reproduzi-la. Os cães e cadelas dominantes são homozigotos para a maioria de suas características, enquanto que cães ou cadelas menos dominantes são basicamente heterozigotos na sua constituição genética.

PRODUTOS DOMINANTES

A grande maioria de cães e cadelas é provavelmente dominante para alguns de seus atributos e não especialmente dominante em relação a outros. Caberá ao criador tentar a conjugação apropriada de características dominantes, ou seja o porque de um cão e uma cadela se complementarem mutuamente, ou melhor ainda, a melhor maneira prática de tentar obter as combinações certas. Existem certos cães e cadelas que são totalmente não-dominantes na sua constituição genética quando acasalados com um animal dominante e , assim, poderão advir bons resultados desde que este animal dominante seja de qualidade superior. Sob este aspecto, um grande número de cães e cadelas de uma determinada raça são tidos como produtores quando na realidade, tudo fizeram menos de fato produzir. Quando uma cadela não dominante é acasalada com um padreador não dominante, a ninhada resultante poderá provocar desapontamento, Como já se falou antes, quando uma cadela dominante é acasalada com um padreador dominante, também é possível que a ninhada seja uma decepção. Este fato explica porque os "acasalamentos sonhados" redundam em filhotes que sequer se aproximam dos pais em suas qualidades.
Há certos padreadores dominantes que, por sua vez, passam para sua progênie seus atributos que, por sua vez, passa para as gerações seguintes os atributos adquiridos etc. Da mesma forma há matrizes dominantes que passam suas qualidades para suas filhas, netas, bisnetas, etc. Assim, certas estirpes são notórias pela notável capacidade de produzir excelentes cães e ou cadelas. Ta estirpe é de fato uma "linha de sangue" de produção de alto nível. Para ser mais preciso: uma matriz de reprodução (normalmente com uma retaguarda de ascendes também produtores de alto nível) acasalada com um padreador já provado, normalmente trará ao mundo filhotes com grandes perspectivas futuras. A tudo isso só se precisará acrescentar uma outra qualificação, a aplicação de um certo grau de inteligência do criador.
"Acasalamentos sonhados podem dar filhotes decepcionantes".

Um assunto permanente nas discussões entre criadores é qual o pai que mais contribui - o padreador ou a matriz, como vimos, cada qual contribui com 50% de sua herança genética, partes iguais, Mas, assim fazendo, seus respectivos fatores de dominância e recessividade vem à baila. Na realidade, não existe uma contribuição igual, pois, se existisse, não haveriam grandes produtores.
A matriz reprodutora é uma entidade muito especial em si mesma. Aqueles que foram bastante afortunados de ter possuído uma serão testemunhas do que aqui dizemos. Quando uma cadela produz campeões, é imediatamente separada e considerada matriz reprodutora. E ele bem o merece! Não obstante a produção do garanhão não ter limites, dependendo exclusivamente de sua popularidade, não ocorre com ele o mesmo imediato reconhecimento que se dá à cadela. Muitos cães reprodutores, para ostentar esse título, tem que gerar centenas e centenas de filhotes. Em média uma cadela produzirá de vinte a trinta filhotes em toda sua vida, o que drasticamente limita suas chances de produzir uma grande número de campeões. Tendo em vista essa restrição, torna-se evidente que tais cadelas que reproduzem qualidade devem possuir um atributo acima da média normal. Em outras palavras. Tal atributo é a dominância.
A cadela reprodutora pode ou não passar as qualidades que ela mesmo possui. Seus filhos, no entanto, deverão conservar uma semelhança muito grande entre si, o mesmo ocorrendo com outras e outras ninhadas, seja qual for o reprodutor. Seja acasalada com consangüinidade "fechada", seja coberta por um cão de linhagem totalmente diferente, seja padreada por um cão de renome ou por um simples desconhecido, qualidade e tipo aparecerão consistentemente em sua progênie.
Não existe fórmula mágica para prever se determinada cadela poderá integrar a difícil legião das reprodutoras. Uma boa chance será sua ascendência: ser filha, neta e até mesmo bisneta de reprodutoras. Deverá provir de uma linhagem reconhecidamente geradora de cadelas reprodutoras.
Ocasionalmente uma cadela, não ostentando uma ascendência de mérito, virá a ser uma notável reprodutora. Só se pode concluir que tal fêmea tenha herdado uma configuração genética "diferente" daquela relativa a seus ancestrais mais imediatos, ou que ainda o potencial para grande reprodutora sempre tenha estado ali, dormente, até que um padreador "encantado" o tenha trazido à tona. São conhecidos os casos de cadelas que só produziram qualidade com um único reprodutor, e que falharam com vários outros. Em tais casos, os tão almejados resultados foram conseguidos através de uma "mistura" e não por meio de uma dominância do padreador.
A disponibilidade de uma verdadeira cadela reprodutora é muito limitada. Não obstante os criadores terem à sua disposição os históricos padreadores da raça, são poucos os felizardos que conseguem filhas de consagradas reprodutoras, já que sua progênie alcança preços elevadíssimos e sempre a demanda é maior do que a oferta. Isto ocorre porque as filhotes fêmeas deverão manter a sua famosa continuidade como geradora de grandes fêmeas reprodutoras.
A boa cadela reprodutora transfere à sua prole um algo mais, muito especial. Apesar de ser difícil de definir, este algo mais é traçado geneticamente, assim como os demais traços de caráter físico. A boa cadela reprodutora é uma boa mãe, cônscia porém não fanática, calma e portadora de um bom temperamento.
Recapitulando tudo o que aqui foi dito acreditamos que o leitor terá passado uma vista nos ancestrais de sua raça, terá adquirido os conhecimentos práticos de genética e chegado à feliz conclusão de que esta no caminho certo para criar e selecionar os melhores espécimes possíveis na raça que escolheu.

FONTE: http://www.mastim.com.br/informacoes/hereditariedade.asp

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